sexta-feira, 7 de maio de 2010

Motivos para preocupação?

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A aparentemente boa notícia da mudança do Acervo merece algumas reflexões.
 
Não nos parece ser posição confortável aceitar a tese de que só a mudança da forma de acesso ao Acervo seja suficiente para que os volumes a serem transportados caibam no espaço antes ocupado pela Circulante.
 
As caixas atualmente (ou pior, AINDA) empilhadas ocupam espaço muito maior que a ocupada pela circulante. Espaço, ressalte-se, em termos volumétricos significativamente maior.
 
Afinal de contas, de quantos volumes estamos falando? Quantos livros e quantos periódicos?
 
Quantas prateleiras estão previstas para acomodar tais volumes? Não estamos falando só de estantes (dos móveis), mas de quantas prateleiras cada estante terá para acomodar livros. Isto faz MUITA diferença.
 
Até hoje, a Diretoria da FD não disponibilizou os dados que solicitamos para avaliar objetivamente a questão. Por quê?
 
De repente, alivia-nos uma notícia aparentemente positiva: finalmente o Acervo será retirado daquele edifício, para onde só deveria ser levado APÓS completada sua reforma. 
 
Mas precisamos refletir: será mesmo uma solução ou é só mais uma forma de empurrar o problema com a barriga? É só mais uma medida protelatória para fugir aos questionamentos do MPF?
 
"A forma de acesso ao Acervo será indireta" - é a justificativa alegada para que os volumes caibam no espaço da antiga Circulante. Indireta, pois, significaria adotar o procedimento e, quem sabe, a mesma forma de ORGANIZAÇÃO física da Biblioteca Central.
  
Mas a Central tem DOIS andares para acomodar seus quase 200 mil volumes. Os números estão incorretos? Por favor, estamos esperando que alguém nos corrija desde que oficiamos nossos questionamentos.
  
Eis a nossa preocupação com a solução oferecida: se os livros vão todos para o espaço da Circulante, e só isso, então talvez vejamos as pilhas de livro simplesmente mudar de endereço, formando PILHAS EM OUTRO ESPAÇO.
   
Seria esta uma situação temporária? Bem, os prazos até agora têm se mostrado incompatíveis com as necessidades. Nada acontece até que se torne urgente e, diante da urgência, não raro é esquecida a prudência. E se as "medidas imediatas" já perduram meses sem solução, quanto tempo as novas pilhas demorarão para se transformar em EFETIVO ACESSO?
   
Com o devido respeito à Diretora da Biblioteca, ficamos curiosos sobre suas experiências anteriores, à frente de operações logísticas de tal envergadura. Que nossos temores sejam apenas excesso de zelo.
  
Talvez seja boa providência questionar à ilustre Diretora da Biblioteca qual é o planejamento a ser adotado. Aliás, já que a decisão de movimentação foi tomada, devemos concluir que o planejamento existe e já está sendo colocado em prática. Então os dados de quantos volumes serão transportados, qual será a área de projeção ocupada, o número de estantes e prateleiras, quantos funcionários estarão envolvidos na organização e quantos estarão envolvidos na disponibilização, o tempo necessário à operação de transporte e disponibilização do Acervo, tudo isso poderá ser respondido de imediato.
  
Ou não?