segunda-feira, 10 de maio de 2010

Centro Acadêmico XI de Agosto convoca ato e paralisação

 
O Centro Acadêmico XI de Agosto divulgou informe eletrônico extraordinário, relatando sua versão dos fatos recentemente ocorridos. São acusações contundentes, sobre gravíssimos fatos, que precisam ser apurados.

Abaixo, transcrevemos parcialmente o conteúdo do informe, restrito à parte que diz respeito às Bibliotecas.

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INFORME ELETRÔNICO
Centro Acadêmico XI de Agosto
108ª Diretoria

Edição Extraordinária - São Paulo, 10 de maio de 2010


1. Tempos Absurdos
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Vivemos tempos absurdos na São Francisco.

Nos últimos meses, a maior biblioteca jurídica do Brasil foi transferida para um prédio que não faz inveja a um cortiço. Vimos salas serem nomeadas por meio de um ato do antigo diretor, que não foi publicada, tampouco levou em conta o debate que ocorria, seja entre os alunos, seja na Congregação. Assistimos a um vice-diretor ameaçar a carreira acadêmica de um professor pelo simples fato de protestar pela volta dos nossos livros ao Prédio Histórico. E, em meio a tudo isso, aqueles que deveriam ser referências, nossos professores, digladiar-se feito crianças birrentas, sem qualquer preocupação com o futuro de nossas Arcadas.

Últimos dias - No final da semana passada, a situação se tornou insustentável. A repercussão do vazamento de água no Anexo IV (novo prédio da biblioteca?!) caiu como uma bomba, não só na Faculdade, como também na imprensa. Assim, a volta dos livros, que já havia sido recomendada pela comissão das bibliotecas,  tornou-se inadiável. Já na quarta-feira, a Diretoria havia anunciado que a transferência se daria no sábado. Após meses de pressão por atos a que não deu causa, nosso diretor, Antonio Magalhães Gomes Filho, nessa sexta-feira, foi internado, acometido de dores no peito. Aproveitou, portanto, o dia para realizar uma série de exames de rotina.

Tentativa de golpe - Poucas horas depois de nosso reitor, João Grandino Rodas, responsável pela malfada transferência do acervo, ter tentado entrar em contato com o Professor Magalhães, que estava hospitalizado, o Professor Paulo Borba Casella, Vice-Diretor da Faculdade e de notória proximidade com o reitor, adentrou a sala da Diretoria e tentou revogar a ordem de volta dos livros ao Prédio Histórico. Os funcionários da Diretoria estranharam a mudança de ordem, e procuraram o Diretor, a fim de checarem a informação. Devido a esta resistência, o prof. Casella vociferou contra os funcionários, ameaçando-os desde transferências para a Cidade Universitária, até mesmo de instaurar processo administrativo disciplinar, tal como já fizera com o Professor Hélcio. O prof. Casella somente foi detido quando outros professores intervieram na questão, lembrando ao nobre titular de Direito Internacional que não poderia faze-lo, vez que o prof. Magalhães não estava licenciado da Diretoria, logo, não era a ele que cabia revogar a decisão.

Transferência das bibliotecas - No sábado, após o tumulto, o transporte de volta dos livros foi iniciado. Infelizmente, este também não se deu sem incidentes. Visivelmente contrariada, a nova diretora da Biblioteca, Andréia, nomeada pelo reitor Rodas nas famigeradas portarias, buscava, a todo tempo, desqualificar a decisão pelo retorno ou até mesmo tumultuá-lo, não cooperando, nem orientando a empresa contratada para transferir os livros adequadamente. Quando, no meio da manhã, uma fina garoa começou a cair, Andréia sugeriu encerrar a transferência. A isso se soma a falta de educação com que tratava os que acompanhavam o processo, inclusive chegando a bater boca com a Professora Ana Elisa Bechara, representante da Comissão das Bibliotecas. A mudança das caixas ainda não foi concluída, a despeito da ordem judicial para que os livros retornem (http://www.jfsp.jus.br/20100507-livrosusp).

Representação no Ministério Público Estadual - Devido ao completo absurdo da situação instalada, o XI apresentou uma representação ao Ministério Público de São Paulo, para que apure as responsabilidades diante de tamanho descaso ao patrimônio público, bem como a possibilidade de nosso reitor, quando ainda diretor da Faculdade, ter incorrido em improbidade administrativa.

Esgotamento dos meios institucionais - Após meses tentando uma solução institucional para o problema (o XI de Agosto protocolou mais de 10 ofícios desde o início do ano questionando e cobrando as atitudes da Diretoria e da Antiga Diretoria), o Centro Acadêmico não vê outra opção além de uma manifestação de caráter político e mais agressivo para a situação instalada na Faculdade. O Diretor tem sido pressionado por diversos atores, de um lado, o Reitor da USP que não quer a volta dos livros por questões pessoais; por outro o corpo discente que quer ver a situação normalizada o quanto antes. Ainda assim, tem sempre se mostrado democrático e solícito com todos; portanto, precisamos trabalhar juntos, independente de  é que queremos demonstrar nosso apoio ao Professor Magalhães. Contudo, esta insustentável situação não será contornada sem pressão política. Por isso, chamamos os alunos a uma paralisação simbólica a ser realizada nesta quarta-feira à noite. Nesta data, o Centro Acadêmico realizará um ato no Pátio das Arcadas por tudo o que tem acontecido na nossa Faculdade, fruto dos últimos atos do antigo Diretor João Grandino Rodas. Neste ato pediremos a responsabilização do antigo diretor por seus atos, a regularização da situação das bibliotecas o mais rápido possível, a não obrigatoriedade de tese de láurea para os quinto-anistas em 2010, o repúdio as seguidas atitudes destemperadas do Vice-Diretor Paulo Borba Casella e o afastamento da atual diretora das bibliotecas, Andréia. Em um momento limite, é necessário que todos os franciscanos se unam para que a Faculdade volte à normalidade.

Participe!

Ato no Pátio das Arcadas, quarta-feira, às 19 horas.