sábado, 17 de abril de 2010

Relato preliminar: Comissão e Magalhães


O representante discente da graduação na Comissão de Bibliotecas, Renan Fernandes, publicou suas breves impressões sobre a reunião em que a Comissão apresentou suas recomendações ao Diretor Magalhães.

Após duas horas de reunião, nada de definitivo, nenhuma decisão. De acordo com o Renan, a postura solícita do Diretor lhe dá a impressão de que a principal recomendação será acatada.

Em primeiro plano, trata-se da transferência imediata das caixas ainda empilhadas no edifício Anexo IV, removendo-as para as salas ainda vagas do Edifício Histórico. Como desdobramentos imediatos da transferência, seria necessário compor equipe de funcionários e estagiários para disponibilizar o Acervo, ainda que não por consulta direta; e que sejam imediatamente iniciadas as obras de reforma no Anexo IV.

Resta óbvio que não houve planejamento para a transferência dos volumes, sequer fora elaborado um projeto para ocupação do edifício. Aliás, tal realidade foi admitida em público pelo Dr. Magalhães, durante a reunião aberta em que se discutia o grave problema das Teses de Láurea dos colegas em final de curso.

Diante de tão evidentes, graves e irrefutáveis provas de que o Acervo já sofreu danos e continua correndo riscos, qual poderia ser a atitude do Diretor, senão acatar a incisiva recomendação? 

Os coletivos acadêmicos já estão se mobilizando para exigir e obter a apuração de responsabilidades, seja no âmbito administrativo, seja em outras esferas. Em breve, o prazo estipulado pelo Ministério Público Federal se findará e, como indicam as fotos de nosso relatório de vistoria, a situação se agravou desde a vistoria da eminente Procuradora da República: as caixas continuam empilhadas e parecem ter sido usadas até como degraus. 

Talvez nossos livros tenham deixado o campo da metáfora dos degraus rumo ao conhecimento e excelência, e tenham passado ao rol dos apoios físicos para alcançar o teto.

Se admitida a [possível] hipótese de que o atual diretor não participou da decisão de transferência dos volumes de forma imperita, recebendo a situação consumada e que, como seguidas vezes afirmou, busca solução rápida para o problema, então não devemos nos esquecer que o ilustre Professor já foi alertado seguidas vezes de que a atual imobilidade expõe o Acervo a riscos.

Tão ou mais grave, sem que engenheiros e bombeiros atestem definitivamente a segurança do edifício, o que nos garantirá que os funcionários, usuários e população do entorno não estão correndo riscos? Parte do edifício permaneceu abandonado por muitos anos, sem manutenção preventiva ou reparadora.

Sem sombra de dúvidas, pelo bem do Acervo e das pessoas, e pelo bem da reputação de nossa amada Academia, espera-se que o digníssimo Diretor não se demore em dúvidas quanto à necessidade imediata de ação, e aproveite de pronto as recomendações da Comissão de Bibliotecas, inclusive quanto à forma de aplicação.