O Movimento Pró-Acervo das Arcadas entrevistou o Meritíssimo Juiz Titular dr. Omar Chamon da 7ª Vara do Juizado Especial Federal de São Paulo.
O douto magistrado comenta um pouco sobre sua vida acadêmica na Velha Academia e acerca da situação lamentável que ocorreu com o acervo da Faculdade de Direito da USP.
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Ingressou na Faculdade de Direito da USP em 1984, em pleno período da redemocratização. Formou-se em 1988. O magistrado relatou que apreciava Assembléias na Sala dos Estudantes e cursos extracurriculares no Salão Nobre e na Sala das Becas.
Antigamente, havia 15 min. de intervalo entre as aulas, o que possibilitava maior tempo de entretenimento ao magistrado e seus amigos. Entre estes, circulam em sua profunda estima vários antigos alunos e inesquecíveis docentes, como os srs. Bittar e Goffredo.
O MM. Juiz possuía enorme veneração pela Biblioteca Central. Utilizava-a freqüentemente. Mirava a fronde de Álvares de Azevedo enquanto no supremo esforço se deleitava no labor estudantil. Sempre admirou a obra do poeta do Romantismo e em uma oportunidade inigualável obteve acesso a documentos especiais do autor.
O douto magistrado soube da situação lamentável da transferência dos livros e se expressou inequivocadamente: "É um patrimônio da coletividade. Queremos os livros intactos."
Aduz o Exmo. magistrado que o saudoso professor Goffredo levava seus alunos para ver os livros raros, tesouro da Velha Academia. Hoje, se nos estiver olhando, profunda tristeza manifestará o prof. Goffredo pelo nefasto tratamento dispensado aos livros.